quarta-feira, 24 de abril de 2013

A aprendizagem é favorecida se se encontrar um sentido que a justifique!

Carlinda, Leite, Professora da PFCEUP, que faz o acompanhamento a algumas escolas TEIP, numa entrevista realizada em 2009 à revista Noesis, descreve o seguinte acontecimento que diz respeito a
 “… famílias que tinham apenas a leitura e a escrita rudimentar como meta e não viam na aprendizagem qualquer vantagem, as suas crianças aprenderam a ler escrevendo cartas aos familiares que estavam presos. Lembro-me de uma criança que, na primeira carta que escreveu, teve de aprender que a escrita representava uma abstração. Nessa primeira fase a criança ditou a carta e a professora escreveu. Depois, e para que a criança acompanhasse este processo, ela foi envolvida em tudo o que era exigido para que a carta chegasse ao destino e recebesse uma resposta do remetente do envelope. Ou seja, a criança teve de endereçar a carta, pôr o selo e levá-la ao correio. A segunda carta, embora manuscrita pela professora, foi já copiada pela criança, e lembro-me que na terceira a criança escreveu: “Mãe, desta vez sou eu que estou a escrever.” É vulgar as crianças aprenderem primeiro a ler do que a escrever, mas o facto de estarem a escrever com sentido fez que aquela criança aprendesse rapidamente. Daqui tira-se uma ilação: é que a aprendizagem é favorecida se se encontrar um sentido que a justifique."

Leite, C. (2009). “Caminhos para o sucesso” in Noesis, revista do Ministério da Educação (DGIDIC, nº 78, pp.36-41

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