sábado, 30 de março de 2013

Momentos de partilha e a qualidade do ensino e da aprendizagem


No âmbito do Projeto Educativo e depois de muitas tentativas para melhorar o sucesso dos nossos alunos, foi em 2011/2012 que iniciámos um processo de intervenção no interior da sala de aula, com o objetivo de melhorar as práticas pedagógicas e, consequentemente, a qualidade das aprendizagens dos alunos.

Deu-se assim início à observação de aulas entre docentes. Este processo designado “Momentos de Partilha“, ocorre duas vezes ao longo do ano letivo e envolve todos os docentes do agrupamento e tem como fundamento a observação e a troca de experiências, com vista ao aprofundamento do conhecimento das práticas profissionais. Serve ainda de estímulo, para que os professores se apoiem mutuamente no seu desenvolvimento didático/pedagógico.

Este processo formaliza-se através de uma ficha de registo que propõe uma análise/reflexão da aula  observada. No final de cada período, este pressupõe também que seja realizada uma reunião de departamento, com o intuito de promover o feedback e a reflexão entre docentes.

Neste momento, o principal impacto deste processo de intervenção, é o facto dele se assumir  como fator potenciador de um clima de abertura à partilha e reflexão das práticas profissionais, clima este que se encontra já instalado na vida deste agrupamento.

Agrupamento de Escola do Vale da Amoreira (AVEVA)




segunda-feira, 25 de março de 2013

Dicas para pais VI - Autonomia e Responsabilidade

Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo.
Gibbon

Pequenas estratégias poderão ajudar o seu filho a ser, progressivamente, mais autónomo e responsável. Experimente-as. Vai ver que os resultados valerão a pena.


A AUTONOMIA poderá ser considerada a capacidade de tomar decisões de um modo, livre e consciente. Isto implica:

Um conhecimento de si mesmo
Ser autónomo envolve ter a consciência das próprias capacidades e das limitações, conhecimento necessário para uma ação sustentada.


Confiança em si mesmo
Só é autónomo quem acredita nas suas possibilidades, quem tem uma autoestima positiva, que lhe permite sentir a possibilidade de atingir os objetivos propostos.

Capacidade de previsão

À ação autónoma está subjacente uma capacidade de representar mentalmente as consequências da ação que se pretende realizar.


Conselhos para ajudar o seu filho a desenvolver autonomia


i)Manter um diálogo constante entre os membros da família, ajudando os mais novos a conhecerem-se melhor, a apresentarem os seus pontos de vista, a explicarem as suas opiniões. A atuação de um colega na escola, um debate na televisão, a leitura de um livro poderão ser a base para a conversa.


ii)Elogiar os pequenos sucessos do dia-a-dia, centrando a atenção na capacidade demonstrada para realizar determinada tarefa e no empenho dedicado a essa atividade.

Graças ao teu trabalho, já consegues escrever muito melhor.


iii) Ajudar a criança ou o jovem a antecipar as consequências de determinada ação. Um modo divertido de concretizar esta proposta é parar um filme, uma série de desenhos animados, ou a leitura de um livro num determinado momento e pedir aos mais novos para imaginar o que se vai seguir.


iv)Proporcionar atividades que conduzam à autonomia, como a gestão da semanada, a escolha da própria roupa, a atribuição de algumas tarefas domésticas, como pôr a mesa, ou o envolvimento nas questões da

casa, como por exemplo, a necessidade de poupar água.


v)Dar tempo aos mais novos para conseguirem desempenhar as suas funções. Por exemplo, acordar um pouco mais cedo de manhã, para permitir à criança ser ela própria a fazer as suas tarefas, como escovar os dentes, pentear o cabelo, arrumar as suas coisas antes de sair.


A RESPONSABILIDADE varia, naturalmente, com a idade mas assenta na capacidade de escolhermos de modo autónomo e consciente as nossas ações e assumirmos as consequências dos nossos atos. Implica assim um grande respeito por nós próprios e pelos outros.

Envolve um complexo processo de reflexão e decisão.


•Ter consciência da situação.

•Refletir sobre ela.

•Prever possíveis ações.

•Selecionar/pôr de parte algumas ações, tendo em vista as consequências que acarretam.

•Optar de modo voluntário.

•Realizar a ação.

•Assumir as suas consequências a curto e a longo prazo.


O desenvolvimento da responsabilidade do seu filho pode ser trabalhado em diversas áreas da sua vida:


O corpo

O seu filho deverá começar a ter responsabilidades progressivas no cuidado com o seu corpo e com a sua imagem, por exemplo, no que diz respeito à higiene pessoal, à sua alimentação, às horas de sono de que necessita; ao controlo de substâncias nocivas, como o álcool ou o tabaco, à adequação do que veste ao contexto, etc.


Administração dos seus bens

Os mais novos deverão responsabilizar-se, por exemplo, pela gestão do dinheiro que recebem e, mais tarde, pela administração da semanada ou mesada. O mesmo se pode dizer em relação aos seus objetos pessoais, como os jogos, roupa, computador, que devem ser preservados e estimados.´


Estudo

Desde cedo que a criança e, mais tarde, o jovem devem assumir responsabilidades em relação à sua vida escolar. Para isso é importante, progressivamente, dar a perceber aos mais novos que a grande finalidade da educação é o seu próprio desenvolvimento e não a satisfação dos pais ou dos avós. Assim, eles devem responsabilizar-se pelo tempo de estudo que dedicam a determinada matéria, pela organização do seu material escolar e pela transmissão de informação entre o professor e o encarregado de educação.


José Matias Alves



Abandono escolar - A mudança de mentalidades



Paços de Ferreira é o município que mais reduziu a taxa de abandono escolar (ver vídeo)

Yoga - uma atividade diferente - Agrupamento Escolas de Matosinhos

“No dia 1 de fevereiro, tivemos uma sessão de yoga. A professora era espanhola e chamava-se Cristina Salgado. Era muito simpática e veio dar uma aula de yoga para um grupo de alunos de Educação Especial. Foi um momento relaxante. Algumas posições foram difíceis de fazer, principalmente quando era preciso dobrar o corpo todo. A música que acompanhou a atividade era muito agradável e calma, quase fazia adormecer. Gostámos de fazer yoga e gostávamos de experimentar outras atividades. "
Texto escrito pelos alunos de Educação Especial com a supervisão das professoras.
Enviado pela professora Branca Valente

II Fórum de partilha pedagógica do Agrupamento de Escolas de Pedome

 O Agrupamento de Escolas de Pedome realizou, no passado dia 21 de Março,  como atividade de encerramento do 2º Período Letivo, o II Fórum de partilha pedagógica, dando continuidade a um projeto iniciado no anterior ano escolar.
Com esta iniciativa, a Direção Executiva e o Grupo de Intervenção e Articulação Curricular Integrada pretenderam criar um espaço propício à partilha , reflexão e articulação, das práticas e das experiências profissionais dos docentes, funcionários e encarregados de educação.
Os participantes inscreveram-se voluntariamente em nove Workshops : Jogos matemáticos, Bel’Arte, Interrogar a Ciência, Projeto na Disciplina de Português, Xadrez, Teatro/Terapia do Riso, + Cozinha + Culinária, Desenvolvimento de Técnicas Lúdico-Educativas em espaço escolar e, Alterações comportamentais. Estes Workshops integraram participantes de todos os níveis e graus de ensino do Agrupamento e encarregados de educação, além de assistentes operacionais. Saliente-se que o Workshop “Alterações comportamentais”, frequentado por diversos docentes foi orientado por dois elementos da União de Associações de Pais de Pedome, estrutura federativa das associações de Pais e Encarregados de Educação dos estabelecimentos de ensino do Agrupamento de Escolas de Pedome.
Todos os Workshops foram dinamizados e orientados por professores e técnicos do Agrupamento de Escolas de Pedome, portanto sem custos de organização para a Instituição educativa, numa partilha voluntária e grande espírito de solidariedade e disponibilidade profissional da sua parte.
Pelas 12H15 iniciou-se a Sessão de Encerramento cuja mesa foi constituída pelo Diretor, Prof. Fernando Lopes, pela Presidente do Conselho Geral, Prof. Olívia Correia, pelo Presidente da U.A.P.Pedome, Dr. Jorge Pereira e pelo Senhor Vereador da Educação, Juventude e Desporto, Dr. Leonel Rocha.
A Direção do Agrupamento está ciente de que iniciativas como esta proporciona aos professores e a todos os outros atores educativos a oportunidade de construírem elos fortes de relação colegial e quebrarem as barreiras do individualismo, trabalhando estreitamente, em conjunto, usufruindo de uma aprendizagem enriquecedora entre pares.
Desta forma, é com toda a propriedade que podemos invocar o slogan do Prof Azevedo quando escreveu que “Desta porta para dentro todos aprendem, incluindo a escola” (Azevedo, 2010:29)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Jornal do Agrupamento de Escolas de Sta. Bárbara - Fânzeres

“(…) Como nós acreditamos que, a produção de um Jornal Escolar pode contribuir para o processo de humanização de todos os participantes no ensino, que possam ver a escola como uma comunidade, como uma família, e porque pretendemos que esta semente não se perca, estamos aqui para relança-la, em cada folha do nosso Fanzine, como ponto de encontro, como espaço de diálogo, como registo da vida da nossa comunidade escolar, onde se cruzam projetos, iniciativas e dedicação, que importa acarinhar, partilhar e divulgar, numa nova janela aberta à criatividade, ao espírito crítico e a uma ideia de escola.
É desta forma, com todo o prazer que apresentamos, o primeiro número do nosso Tagarela renovado, o nosso Fanzine, O Taga-zine!”

Célia Machado

quinta-feira, 21 de março de 2013

Folhear - Somos TEIP


Aqui fica o primeiro número do Jornal Escolar Folhear, do Agrupamento de Escolas de Prado.
Uma iniciativa que devolve informação e desperta para a nova era digital.

 Assim, apostados na melhoria das aprendizagens, acreditamos no contributo de todos os intervenientes (professores, alunos, assistentes operacionais, encarregados de educação e demais parceiros), na construção deste compromisso educativo. 
Através do reforço ao apoio educativo, da articulação vertical e horizontal, da promoção do envolvimento familiar, da diferenciação pedagógica, da valorização do mérito e da excelência, bem como da realização de atividades e iniciativas facilitadoras de integração, queremos que a escola se assuma como um espaço e um tempo valorizados pelo trabalho colaborativo, de modo a criarmos o que muitos têm apelidado de nova “gramática escolar”, que, no nosso entender, não é mais do que a identidade que nos define e simultaneamente nos distingue. (Ler)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Projeto internacional - "Metas e Trampolim"


Com­bater a exclusão esco­lar e mel­ho­rar o nível educa­tivo de jovens com idades com­preen­di­das entre os 15 e os 24 anos é o que pre­tende o RadioAc­tive Europe, um pro­jecto inter­na­cional que está a ser pro­movido no Porto e em Coim­bra, no âmbito dos pro­jec­tos “Metas” e “Tram­polim”. A ini­cia­tiva é finan­ciada pela Comis­são Europeia, através do Life­long Learn­ing Pro­gramme. (ler mais)

 

Fórum Temático de partilha Pedagógica


Divulgamos uma prática levada a cabo pelo Agrupamento de Escolas de Pedome que tem como objetivo promover o desenvolvimento profissional e favorecer a integração da família na escola.
No dia 21 de março, o agrupamento realiza vários workshops, distribuídos por 9 salas, dirigidos a pais/ E.E, professores, alunos, assistentes técnicos e operacionais.

Desta porta para dentro todos aprendem, incluindo a escola


(Partilha de) Práticas de Desenvolvimento Profissional numa cultura de colaboração: todos como amigos críticos
                                                                      
Paulo Marinho[1]

Este texto emerge aquando a realização de um Fórum[2] local de partilha pedagógica realizado no ano de 2012 no Território Educativo de Intervenção Prioritário - Agrupamento de Escolas de Pedome.

(…) Reconheço que neste agrupamento as práticas têm promovido o desenvolvimento profissional, tem existido muito trabalho que em cada dia tem sido melhorado, aperfeiçoado e desta forma, contribuído para o aperfeiçoamento profissional de cada um. Um aperfeiçoamento ancorado numa comunidade de aprendizagem no qual todos (e com todos) têm aprendido. Arriscar-me-ia neste momento a convocar o slogan de Azevedo: “(…). Desta porta para dentro todos aprendem, incluindo a escola” (Azevedo, 2010: 29). Parece-me que isto começa por acontecer neste Agrupamento de Escolas de Pedome, em que nela todos aprendem, incluindo a escola.
Existe da vossa parte um esforço na construção e desenvolvimento de uma cultura de colaboração, de articulação, de partilha, de reflexão com sentido de melhorar, ou seja, uma cultura transformadora (Marinho, Leite e Fernandes 2011). Não obstante, compreendo que não é de todo facilitado o desenvolvimento deste longo processo, pois, as culturas de isolamento há muito instaladas e perpetuadas nas escolas, a gestão conflituosa entre o tempo monocrónico administrativo e policrónico da vida e a esquizofrenia burocrática na escola não facilitam o processo. Todavia, acredito como tantos outros autores e, particularmente, como Fullan e Hargreaves (2001), as vantagens que a existência de culturas colaborativas nas escolas pode originar. Estes autores arrogam que “nas escolas eficazes a colaboração está ligada a normas e a oportunidades de aperfeiçoamento contínuo e de aprendizagem”, nas quais “os professores são mais suscetíveis de confiarem, valorizarem e legitimarem a partilha do saber especializado, a procura do aconselhamento e a concessão de ajuda, dentro e fora da escola” (ibidem: 83). É neste contexto que os professores e todos os outros atores que estão na escola tem oportunidade de construir elos fortes de relação colegial e quebrar as barreiras do individualismo e trabalhar estreitamente em conjunto e usufruindo de uma aprendizagem enriquecedora entre pares. Nas culturas colaborativas, as práticas já não correspondem a um único espaço privativo, apesar de pessoais, são também esfera de partilha com os seus pares. Os insucessos e as incertezas são partilhados e discutidos abertamente e a crítica não é negligenciada, bem pelo contrário, constitui a norma na reflexão na qual todos se tornam amigos críticos. Hoje, tal como tem sido nos vossos já tão conhecidos e valorizados Seminários, Fóruns de partilha pedagógica, todos os agentes educativos desta Escola assumiram como premissa a construção e desenvolvimento de uma cultura de colaboração assente na partilha, no apoio e na crítica construtiva. Tudo isto com um objetivo comum: melhorar o sucesso de todos!
É nesta linha de pensamento que Hargreaves (2001) considera que a cultura colaborativa fortalece o apoio moral entre pares, melhora a qualidade do ensino e das aprendizagens dos alunos, ao mesmo tempo que permite a partilha “das cargas de trabalho e das pressões que correm da intensificação das exigências” e reduz as diferenças de perspetivas temporais existentes entre professores e administradores entre outras. Uma cultura que assume a espontaneidade, voluntariedade, uma orientação para o desenvolvimento, difundidas no espaço e no tempo e a imprevisibilidade (ibidem). Nestas características enunciadas, as culturas colaborativas não acontecem por decreto, mas emergem do desejo de participação e ação dos atores envolvidos. É neste sentido que as culturas de colaboração podem ter importância para o desenvolvimento profissional e organizacional, uma vez que ultrapassam o campo do intimado e passam para o campo do desejado – o desejo de avançar e transformar as conceções, as crenças, os valores na direção de melhorar as práticas (Marinho, Leite e Fernandes, 2011).
(…) Agora, só me resta dizer e mais uma vez: Desta porta para dentro todos aprendem, incluindo a escola.




[1] Consultor em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária – equipa de consultores Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).
[2] Fórum que se concretiza todos os anos letivos no final do segundo período envolvendo toda a comunidade educativa com objetivo de partilhar o trabalho/práticas pedagógicas desenvolvidas pelos seus autores e atores educativos assente no desígnio: PARTILHAR, ARTICULAR, REFLETIR E MELHORAR.

terça-feira, 19 de março de 2013

Jornal Escolar O Berrão - 2ª edição, 2013



Aqui fica mais um número do Jornal Escolar O Berrão, do Agrupamento de Escolas   de Murça.
Uma iniciativa que desperta, envolve e informa toda a comunidade, “Um olhar atento e contemporâneo”. (Ler)

Produção de conhecimento em contexto

Carlinda Leite, consultora externa da FPCEUP, no âmbito do Programa TEIP, é de opinião que a contextualização do currículo promove a aprendizagem dos alunos.
Neste sentido, num artigo que publicou sobre a articulação curricular,  pode ler-se que:

“(…) não se justifica o desenvolvimento de um currículo que não tenha em conta a diversidade de experiências de situações vividas pelos alunos a quem se quer ensinar e a quem se deseja oferecer condições para aprender. Dito por outras palavras, e convocando Doll (2002), é necessário que o currículo, numa perspetiva pós-moderna, se organize de modo a tornar-se mais rigoroso porque tem em conta os alunos concretos e estabelece relações com as situações reais recorrendo a procedimentos reflexivos que o fazem mais rico.
O reconhecimento da importância de projetos que promovam articulações com o local é também realçado pelos educadores que, elegendo como objetivo a configuração
e a vivência de um currículo que positivamente responda à multiculturalidade, propõem processos que ultrapassem os limites estruturais dos espaços físicos da instituição escolar e permitam a construção de um conhecimento contextualizado.”

Retirado de Leite, C (2012). A articulação curricular como sentido orientador dos projetos curriculares. Educação Unisinos 16(1):87-92.

domingo, 17 de março de 2013

Dicas para pais V



Motivação e Aprendizagem

Certo dia, disseram a um viajante que uma das maiores felicidades na vida
era encontrar moedas na estrada. Para poder comprová-lo, o viajante decidiu
experimentar a sensação e deitou algum dinheiro no caminho, recuperando-o logo em seguida. Mas não sentiu nenhuma alegria especial com a descoberta. Repetiu a estratégia diversas vezes, sem verificar nenhuma alteração no seu estado de espírito. Um dia, porém, distraiu-se e perdeu mesmo as moedas. Cheio de ansiedade, procurou-as pela terra do caminho horas a fio até que, finalmente, as conseguiu recuperar. Nesse preciso instante, sentiu a súbita felicidade de que tanto lhe tinham falado.

(História de tradição oriental)

A motivação é como um motor que orienta os nossos passos. Sem ela, é difícil fazer caminho. Para promovê-la, é necessário conhecer alguns dos seus segredos e experimentar os seus diversos percursos.

Chamamos motivação aos fatores internos que dão energia e direção ao comportamento, com vista à satisfação de um desejo ou necessidade.
Os indivíduos podem ser motivados por fatores que lhes sejam externos.
É o caso dos alunos que estudam unicamente para obter boas notas por causa da pressão dos pais ou professores (Motivação Extrínseca). Podem também ser dirigidos por factores
internos. Acontece quando um jovem, ao estudar, se sente compensado pelo facto de estar a aprender (Motivação Intrínseca).

Conselhos para promover a motivação

Definir objetivos pessoais.
Para os alunos se sentirem motivados, precisam de acreditar que vão executar com sucesso as suas tarefas. Se as metas forem de tal modo ambiciosas que inviabilizem à partida o êxito do projecto, eles vão sentir-se naturalmente desmotivados.

Assim, é preferível o estabelecimento de pequenos objetivos, cujo cumprimento
poderá trazer a compensação pelo esforço despendido e a confiança necessária para o estabelecimento de metas mais ambiciosas. Isto, obviamente, exige um trabalho
constante de autoavaliação e uma prática mais generalizada do ensino diferenciado.

Criar correspondência escola-casa
É importante valorizar os pequenos esforços do seu filho. Uma das estratégias
poderá ser a troca de mensagens entre o professor e o encarregado de educação, que vise assinalar os pequenos triunfos do aluno, quer ao nível da participação, do cumprimento dos deveres, quer ao nível do comportamento. Dar palavras de aprovação e de ânimo Reforçar os pequenos sucessos, lançar desafios, mostrar que acredita nas suas potencialidades levarão o seu filho a acreditar nas suas capacidades.

Atribuir simbolicamente marcas de reconhecimento
Nestas idades, a atribuição de autocolantes para premiar um determinado sucesso, ou a entrega de diplomas poderá ser especialmente estimulante.

Conceber atividades motivadoras
A criação de atividades que envolvam realmente as crianças na sua execução é um passo muito significativo para a motivação no estudo.
Para que as tarefas sejam motivadoras devem:
1. trazer um ganho que possa ser percebido pela criança. Se ela sentir que o trabalho valeu a pena, vai esforçar-se para estudar mais;
2. ser autênticas. Se o problema constituir uma situação real, o aluno mobilizará os seus saberes com mais facilidade para a sua resolução;
3. envolver diferentes aprendizagens. Se a tarefa ativar diferentes conhecimentos, será mais desafiadora e compensadora.

Estimular a automotivação.
Do ponto de vista emocional, é importante promover o otimismo, a expectativa de que tudo acabará por correr bem, apesar dos eventuaiscontratempos.

Proporcionar um ambiente familiar rico em incentivos.
Aproveite ao máximo as oportunidades para envolver a criança ao nível cultural. Uma ida ao museu, ao teatro, ao cinema, ou um simples passeio proporcionarão oportunidades importantes para o jovem se interessar pelo mundo que o rodeia.

Ajudar o seu filho a ter uma perceção positiva de si mesmo.
Quando sabemos que temos um certo controlo sobre os acontecimentos, que somos parte ativa de um processo, sentimo-nos mais confiantes, mais motivados. O mesmo se passa com os mais novos. É importante auxiliá-los a pensar sobre os seus procedimentos, as suas técnicas de estudo, os seus problemas, a fim de incentivar a sua própria autonomia e autoconfiança.

José Matias Alves

Livro


Livro

um amigo

para falar comigo

um navio
para viajar
um jardim
para brincar
uma escola
para levar
debaixo do braço.
Livro
um abraço
para além do tempo
e do espaço.

Luísa Ducla Soares

segunda-feira, 11 de março de 2013

Dicas para pais IV

Memória e Aprendizagem


Dicas para pais IV

Memória e Aprendizagem

Um homem foi trabalhar como lenhador para as montanhas. No primeiro dia, cortou a madeira sem parar, com muito empenho e energia. No segundo, dedicou-se à tarefa com igual vigor, mas não conseguiu derrubar tantas árvores. O seu rendimento baixou mais ainda no terceiro dia, apesar do seu elevado esforço. O trabalhador começou a desanimar, especialmente porque reparou que um colega seu, que fazia mais pausas e não cortava lenha tanto tempo seguido como ele fazia, tinha resultados
muito mais constantes. O capataz, percebendo o desalento do lenhador, perguntou-lhe:

— Quantas vezes afiaste o machado?
Nesse momento, o homem percebeu o segredo do companheiro: sempre que fazia uma pausa afiava a lâmina e tornava o seu trabalho muito mais eficaz.

Adaptação de uma história de tradição judaica

O lenhador percebeu que havia estratégias que lhe permitiam tirar mais partido
do seu trabalho. O mesmo se passa com a memória. Conhecer os seus
mecanismos de funcionamento torna-se assim essencial para que a possamos
rentabilizar e utilizar ao serviço do processo de aprendizagem.
A memória é a capacidade de convocar os conteúdos aprendidos, que são armazenados para serem utilizados em situações posteriores. A aprendizagem ocorre numa viagem
de vaivém entre a memória de curto prazo e a memória de longo prazo.

A primeira apresenta uma possibilidade limitada de armazenamento da informação, que é retida somente por alguns segundos. Esta capacidade pode ser, contudo, aumentada, se os itens forem agrupados. No entanto, é a memória a longo prazo que nos permite recordar uma grande quantidade de informação durante extensos períodos de tempo. Trata-se de um inesgotável arquivo, que se baseia na repetição e organização por categorias, cujo funcionamento importa, por isso, conhecer.

Alguns conselhos

A organização é o motor da aprendizagem

A retenção da informação é potenciada pelo agrupamento dos dados por categorias. Assim, podemos destacar algumas estratégias favoráveis à memorização.

1. Identificação de palavras-chave nos textos.
2. A representação da informação por esquemas.
3. A realização de resumos e fichas sobre conteúdos a reter.
4. A reescrita ou reconto das aulas, a partir das ideias essenciais.

Em casa, com estratégias diversificadas, o aluno deverá consolidar os saberes
É importante que o aluno reempregue os conhecimentos obtidos na escola noutros contextos. Em família, poderá visionar documentários, discutir pontos de vista, utilizar as novas tecnologias, enriquecendo assim os conceitos apreendidos com diferentes
facetas da mesma realidade.

Os pais poderão também recorrer a mnemónicas escolares.

A escrita favorece a aprendizagem

Utilizar a escrita, para além de ajudar a organizar e reter a matéria, favorece a aquisição da ortografia e amplia o vocabulário da criança.

As mnemónicas facilitam a aprendizagem
A criação de mnemónicas é um processo divertido para as crianças que ajuda a memorizar os saberes.

As emoções são os grandes filtros da memória

No fim da vida, as grandes lições que tirámos, os grandes princípios que registámos são sempre aqueles que a emoção não deixou apagar.
Por isso, no momento da aprendizagem, não se esqueça do essencial: fica gravado tudo aquilo que nos marca, que nos seduz.

José Matias Alves Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa

sexta-feira, 8 de março de 2013

Ciclo de Encontro Coordenadores TEIP


No dia 7 de março, reunimos com mais um grupo de coordenadores de escolas TEIP, da Zona de Lisboa.

Os testemunhos de vários professores realçaram as questões da indisciplina como um handicap que condiciona o ensino e a aprendizagem.


Relativamente à problemática da indisciplina, as escolas apresentaram alguns projetos, já com resultados devidamente consolidados na sua aplicação no terreno.
Neste debate e num compromisso com a melhoria das aprendizagens, definiram-se linhas de ação e levantamos a “ponta do véu”, na criação de um projeto piloto de combate à indisciplina.

Encontro de Coordenadores TEIP

Na rota das escolas TEIP, no dia 6 de março, na Escola Secundária José Gomes Ferreira, realizamos mais um encontro com os coordenadores destas escolas.
Este momento constituiu-se numa jornada de reflexão em torno dos projetos apresentados pelas escolas.
1)      As intervenções focalizaram-se nas dinâmicas e nos projetos ao nível do 1º ciclo;
2)      Verificamos uma  preocupação das escolas em intervir precocemente, considerando que é no 1º ciclo que se adquire as bases e os alicerces para uma aprendizagem consistente e sustentada, ao longo da escolaridade;
3)      Observamos que os projetos apresentados reportam-se, essencialmente, ao modo de agrupar e desagrupar os alunos, como forma de direcionar as estratégias e as tarefas aos ritmos, às dificuldades e potencialidades de cada um;
4)      A tónica na avaliação interna e a preocupação de que estes resultados sejam o espelho das aprendizagens reais dos alunos, numa aproximação à avaliação externa;
5)      Foi unânime que as escolas têm de se organizar e mobilizar, a fim de promover e consolidar as aprendizagens, criando dinâmicas próprias, promotoras do êxito educativo;

Em conclusão, criar contextos que facilitem a aprendizagem e facultar tempo para a sua consolidação constitui a premissa, para que os resultados da avaliação sejam mais positivos e  as metas definidas alcançáveis.
Como refere Hardgreaves (2007), o propósito sustentável e central da educação é a aprendizagem profunda e ampla e este é um direito de todos.


domingo, 3 de março de 2013

Dicas para pais III



Desenvolvimento intelectual, psicossocial e moral das crianças e jovens

Seguem-se sete dicas para ajudar o desenvolvimento intelectual, psicossocial e moral, a partir das teorias de Piaget, Erikson e Kohlberg.

i)              Desenvolver o raciocínio através de jogos

O recurso a enigmas e charadas, que implicam a formulação de hipóteses
e a criação de conjeturas, poderá ajudar a criança a abstrair-se
do real, a lidar com noções abstratas e a dominar mais facilmente as
operações formais, de importância vital para a resolução de alguns problemas
de Matemática e para o estabelecimento de relações entre as
várias matérias curriculares.

ii)             Preparar debates em contexto familiar

Em casa, é importante que o educador fale com o seu filho sobre questões
do âmbito moral, social, filosófico, para levá-lo a partilhar os seus
pontos de vista e a alargar os limites do seu mundo, interessando-se pelo seu meio e pelo Outro.


iii)            Os pais deverão ajudar a criança a aumentar a sua autoestima.

É fundamental acompanhar a criança no seu percurso escolar, incentivando-a, reforçando os seus êxitos, acompanhando-a nos seus problemas, para ajudá-la a construir uma auto-imagem positiva.

iv)           É importante perceber que a procura da identidade implica independência, confusão e insegurança.

Ao entrar na adolescência, o jovem entra numa crise, cuja resolução é a procura do Eu. Esta fase não é fácil, poderá gerar conflitos. O educador deverá estar ciente das agruras deste caminho de busca, de insatisfação, para melhor lidar com ele.

O desenvolvimento moral constitui um processo lento e complexo, cujos avanços dependem das operações dos estádios anteriores. Contudo, podem indicar-se alguns conselhos para o seu estímulo:

v)            Criação de comunidades justas.
Os educadores, em casa, poderão implementar sistemas de gestão partilhada
e distribuição de responsabilidades, dividindo, por exemplo, as tarefas domésticas.

vi)           Organização de reuniões para discussão de dilemas morais.
O debate e o confronto de pontos de vista ajudarão a criança a desenvolver o seu juízo moral.
vii)          Indicação de livros que apelem para um desenvolvimento moral adequado ao nível dos leitores.
Livros como o Diário de Anne Frank, ou as fábulas de La Fontaine fomentam o debate moral e o crescimento interior.

José Matias Alves 
Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa

sexta-feira, 1 de março de 2013

Gerir Aprendizagens - A seu tempo, todos podem chegar à meta!


O processo de ensino e aprendizagem, a definição de objetivos e de metas são ações que fazem parte do trabalho da escola.
 
E sobretudo, "(...) penso que já todos nós chegámos à lógica conclusão de que não podemos ensinar e esperar que todos aprendam da mesma forma e à mesma velocidade e que não são os alunos que devem adaptar-se aos professores mas sim os professores que deverão ter em atenção o público para o qual discursam. Isto é claro se quiserem promover o seu sucesso educativo.

O problema da heterogeneidade e do insucesso escolar provocado pelas caraterísticas sociais dos seus alunos levou a que a nossa escola tentasse arranjar soluções exequíveis que melhorassem os resultados educativos apresentados. Foram desenvolvidos alguns projetos que resultaram e que aumentaram a segurança para dar mais alguns passos inovadores em relação ao processo educativo, de entre os quais destacamos os grupos de homogeneidade relativa de acordo com o previsto na nova legislação. É claro que haverá sempre o paradigma da homogeneização, principalmente em relação aos grupos de alunos que apresentam mais dificuldades em atingir as metas previstas. Mas se é de metas que falamos, tem toda a lógica agrupar os alunos por velocidades de chegada à própria meta. Sentirão os alunos alguns complexos por se encontrarem num grupo onde todos correm à mesma velocidade ou, pelo contrário, estarem integrados num grupo de excelentes corredores e não conseguirem acompanhar o ritmo da corrida? A experiência demonstra que é mais fácil para o professor compreender e avaliar as reais dificuldades de um grupo de alunos homogéneo e debruçar-se sobre cada um em particular e é nesta individualidade que se torna difícil gerir aprendizagens.
O professor tem o seu tempo de aula no qual transmite a informação pertinente e não deverá o aluno ter também o seu tempo para compreender e assimilar essa informação uma vez que não o consegue fazer no preciso momento da emissão? E como deverá o professor regular essas aprendizagens? E porque não ser o aluno o gestor das suas próprias aprendizagens?
Penso que chegámos à resposta para o problema inicial. Se o professor criar condições para que cada aluno tenha conhecimento das suas dificuldades em registo individual ou coletivo e tenha acesso a formas orientadas para superar essas dificuldades, poderá então ter o seu tempo e geri-lo de forma a que também ele chegue à meta."
Equipa do 4º ano da Escola E.B.1/
Agrupamento de Escolas João da Rosa